A manhã deste dia 22 de março começou com uma notícia triste: mais uma vez a Europa sofre com atentados terroristas. O alvo desta vez é Bruxelas, na Bélgica, mas todo o continente está em estado de alerta.
Assim como hoje, a noite do dia 13 de novembro de novembro do ano passado foi marcada por muita tensão por conta dos atentados terroristas em Paris. Nós havíamos deixado a capital francesa três dias antes e estávamos em Amsterdã, na Holanda, quando recebemos a notícia.
A noite dos atentados
Na noite de 13 de novembro estávamos conversando com outros dois brasileiros no hostel de Amsterdã quando recebemos a informação dos atentados. No início, vimos as notícias, mas não tomamos consciência da proporção dos fatos. Foi só mais tarde, quando fomos olhar com calma os noticiários é que nos demos conta de que uma verdadeira tragédia tinha acontecido bem próximo da gente.
Recebemos mensagens de vários amigos, colegas e familiares preocupados com a nossa segurança, mas permanecemos calmos já que no dia seguinte seguiríamos para Lisboa, um lugar, na nossa opinião, menos visado.

As consequências: nos aeroportos
Ainda quando estávamos em Paris nos surpreendemos pela forte presença militar na cidade. Mas nada comparado ao que virou a capital da França dias depois. No dia seguinte aos atentados embarcamos para Lisboa a partir de Amsterdã e, mesmo tendo chegado no aeroporto com três horas de antecedência, quase nos atrasamos para o embarque por causa do forte sistema de segurança. Foi mais de uma hora e meia para passar pelo raio-x.
Com militares armados por todo o aeroporto, tivemos revista dupla na hora de entrar na sala de embarque. Além disso, praticamente todas as malas de mão e mochilas eram minuciosamente verificadas, ou seja, tiravam tudo de dentro das bolsas para averiguação.
As consequências: nas celebrações e pontos turísticos
Em Portugal e na Espanha, nosso destino posterior, tudo correu com tranquilidade e somente em Roma, quase um mês depois, vimos medidas extremas de segurança novamente. Na capital da Itália havia militares em todas as estações de metrô e nas principais atrações turísticas. Até mesmo a estação do nosso apartamento, que era bem pequena, tinha sempre a presença de três ou quatro militares fortemente armados o tempo todo.
Durante a nossa estadia em Roma ocorreu ainda a abertura do Jubileu da Misericórdia, com eventos com o Papa Francisco em toda a cidade. Por esse motivo, o policiamento foi ainda mais reforçado. Prova disso é que a tradicional oração celebrada pelo Papa na Piazza di Spagna anualmente, teve mudanças no planejamento.
O pontífice, que normalmente faz um pequeno percurso a pé e passa cumprimentando comerciantes e fiéis, dessa vez foi levado de carro diretamente ao local da celebração e retirado de lá rapidamente após a oração. O que frustrou boa parte das pessoas que estavam reunidas na praça, nós inclusive.
As consequências: nas fronteiras
Devido ao Tratado de Schengen a circulação de brasileiros em toda a Europa é livre para a maioria dos países integrantes da União Européia. Ou seja, uma vez que você entra no continente, pode circular livremente por vários outros países sem precisar mostrar o passaporte normalmente. Infelizmente, após os atentados isso mudou. Desde o dia 13 de novembro a Alemanha fechou suas fronteiras e agora é preciso passar por um policiamento na hora de ingressar no país.
Nós precisamos cruzar a fronteira da Alemanha duas vezes durante nosso mochilão e nas duas oportunidades tivemos que mostrar passaportes e responder algumas perguntas dos policiais. Por isso, é preciso ficar atento e ter todos os documentos necessários em mãos caso vá cruzar a fronteira com a Alemanha.
Cuidados
No Natal, por exemplo, a principal estação de trem de Munique, na Alemanha, precisou ser fechada por uma suspeita de bomba. As autoridades locais pediram para que moradores e turistas evitassem aglomerações e nada de pior aconteceu. Por isso, a dica é: siga a orientação das autoridades. Pode ser frustrante cancelar uma celebração, mas é bom lembrar que a segurança deve vir em primeiro lugar.
Ainda vale a pena viajar?
Infelizmente os acontecimentos recentes nos obriga a conviver com o temor do terrorismo. Porém, no geral, mesmo após os ataques em Paris, o clima nos pontos turísticos que passamos era de calma. Em alguns lugares a revista era mais cuidadosa, mas sempre com o objetivo de garantir a segurança, por isso, fique tranquilo. Preste atenção aos alertas, siga as orientações necessárias e aproveite. Viajar é uma experiência única e nos traz ensinamentos lindos sobre povos e culturas. Mesmo diante de tantos alertas, ainda acreditamos que viajar é uma forma de diminuir preconceitos, para quem sabe, construirmos no futuro um mundo melhor.
*Fotos: Le Monde/Arquivo Pessoal/JB Gurliat-Maire de Paris-Fotos Públicas
[…] uma viagem comum não fossem os ataques terroristas do dia anterior em Paris, na França. O primeiro dos nossos dois trajetos aéreos durante nosso mochilão pela Europa foi marcado por […]